Perdoar é algo que nos ensinam ser correcto desde pequenos. Todos crecesmos a acreditar que perdoar os outros, por mais que nos magoem, é bom. É o que se deve fazer.
Mas até que ponto é que isso pode ser verdade? Será que devemos perdoar independentemente do mal que nos fizeram? Será que devemos perdoar, mesmo que não nos peçam desculpa? Até onde é que o nosso orgulho deve permanecer?
Para mim é muito complicado fazer esta distinção. Eu não sei se devo ou posso espezinhar o meu (pouco) orgulho, mandá-lo às urtigas e ouvir o que me diz o coração (que, regra geral, grita "perdoa" com todas as forças). É que há que pensar que às vezes o coração não é de todo o melhor conselheiro.
Ouvir o coração é muito fácil, mas, infelizmente, no mundo de hoje, começo a acreditar que já só os pobres dos sentimentalistas o fazem. Por isso mesmo, esses acabam sempre por cair no ridículo à vista das outras pessoas, dando uma imagem fraca deles próprios. Mas nada nos garante, por outro lado, que viveriamos num mundo melhor se todos ouvissem somente o coração.
Eu, no que me diz respeito, acho que faço parte dos sentimentalistas. Não me orgulho disso, afirmo mesmo que é algo contra o qual tenho andado a lutar com todas as forças, desde há uns tempos para cá, mas acho que é um clube muito difícil (senão impossível) de deixar. Vou continuar a perdoar quem me humilha e magoa, até a vida me forçar a mudar, me forçar definitivamente a fazer o contrário. Até lá, vou tentado orgulhar-me dessa pequena vantagem de que é sentimentalista, que é perdoar os outros sem guardae ressentimentos. Afinal de contas, até é isso que a bíblia nos aconselha. Se sou católica, devo honrar aquilo em que acredito!
Enfim... melhores dias virão!